
Os metalúrgicos da Chery, em Jacareí, encerraram nesta segunda-feira (30), a greve iniciada há um mês. Com a paralisação, os trabalhadores conseguiram manter a proibição da terceirização irrestrita na fábrica e garantir a estabilidade no emprego para lesionados.
Em assembleia, os trabalhadores aprovaram a proposta de 1,73% de reajuste (inflação de setembro de 2016 a agosto de 2017) e renovação de todos os direitos. Nas negociações, a direção da Chery afirmou que pretendia ampliar a terceirização na fábrica, recorrendo à reforma trabalhista.
Além disso, a empresa também havia colocado como ponto de negociação o fim da estabilidade de emprego para lesionados, garantido em Convenção Coletiva da categoria. Este é um direito histórico dos metalúrgicos, conquistado ainda na década de 1970 e alvo constante dos empresários.
A greve na Chery começou no dia 28 de setembro e foi a mais longa desta Campanha Salarial na base do Sindicato (São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Igaratá e Santa Branca).
“Os metalúrgicos da Chery mostraram grande força durante todo período de paralisação. É claro que este não foi o melhor acordo, mas a renovação de todos os direitos foi certamente uma importante conquista neste momento em que as empresas estão de olho na reforma trabalhista para acabar com direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato Guirá Borba. O NJ entrou em contato com a empresa mas não obteve resposta.
A Chery produz os modelos QQ e Celer e possui cerca de 400 trabalhadores. É a única fábrica da montadora fora da China.