
Seguindo a tendência de demissões na construção civil ao longo de 2016, o mês de setembro registrou novas demissões no setor, segundo uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Das sete cidades avaliadas na região seis somaram, juntas, 439 demissões no mês de setembro. A cidade com maior número de demissões foi Caraguatatuba, com 185 postos de trabalho fechados, seguida por Taubaté (-130), Pindamonhangaba (-66), São José dos Campos(36), Campos do Jordão (-12) e Jacareí, que registrou 10 profissionais a menos que no mês anterior.
Em Caraguatatuba, cidade com maior número de demissões pelo segundo mês consecutivo, o setor encerrou o mês de setembro com 1.469 trabalhadores formais contratados. Se comparado com agosto deste ano, a queda foi de 11,19%.
Acompanhando os meses de julho e agosto, a cidade de Guaratinguetá registrou novas contratações no mês de setembro. Foram 26 novos profissionais formais contratados no período. No acumulado de 12 meses, a cidade representa um crescimento de 14,57% na mão de obra.
No estado de São Paulo
Em setembro, houve queda de 1,27% no emprego em relação a agosto – redução de 9,22 mil vagas. O estoque de trabalhadores foi de 724,8 mil em agosto para 715,6 mil em setembro. Desconsiderando a sazonalidade**, houve queda de 1,29% (-9,27 mil vagas).
No período, o segmento de obras de instalação e imobiliário responderam pelo pior desempenho (-1,93% e -1,50%, respectivamente).
Na capital, que responde por 44,5% do total de empregos no setor, a queda em setembro na comparação com o mês anterior foi de 1,71% (-5.566 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 13,96%.
No Brasil
Com a queda de 1,14% no nível de emprego em setembro na comparação com agosto, a construção civil brasileira alcançou a negativa marca de dois anos seguidos de cortes, totalizando 899.913 mil demissões. Foram 30.823 demissões em setembro, deixando o saldo de trabalhadores no setor em 2,678 milhões. Em outubro de 2014, primeiro mês de queda, o estoque era de 3,57 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano houve corte de 225.069 vagas. Em 12 meses o saldo negativo é de 460.014 empregos a menos. Desconsiderando efeitos sazonais*, foram fechadas 48.068 vagas em setembro (-1,80%).
Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a nova queda do nível de emprego reflete a persistência de escassez de novos investimentos em construção, apesar do otimismo com a condução da política econômica. “Medidas que objetivem o reequilíbrio fiscal, como a instituição de um teto para os gastos públicos e a reforma da Previdência, são necessárias para recuperar a confiança dos investidores. Porém, não bastam para reaquecer a economia”, comenta.
Romeu Ferraz preconiza a necessidade de adoção urgente de outras medidas para estimular a produção e o emprego, como as reformas tributária e trabalhista, a racionalização das despesas do governo, a diminuição dos juros, a elevação da oferta de crédito e a agilização das concessões e parcerias público-privadas da União, estados e municípios.
Emprego nas principais cidades do Vale do Paraíba (setembro de 2016) |
|||
Cidade |
Variação Mensal (%) |
Vagas |
Estoque em 30 de setembro |
São José dos Campos |
-0,27% |
-36 |
13.233 |
Jacareí |
-0,53% |
-10 |
1.876 |
Pindamonhangaba |
-3,81% |
-66 |
1.666 |
Taubaté |
-2,79% |
-130 |
4.536 |
Caraguatatuba |
-11,19% |
-185 |
1.469 |
Campos do Jordão |
-3,23 |
-12 |
359 |
Guaratinguetá |
+1% |
+26 |
2.618 |