

Na última segunda-feira (16), a matriz à bolsa de valores de Changjiang, na China, anunciou que Chery colocou à venda metade (50%) de sua operação no Brasil, que gerou prejuízo no ano passado.
A mantenedora chinesa foi fundada em Jacareí no ano de 2014 , e é a primeira da marca, fora da China, a ter todas as etapas de produção e a única chinesa a fazer carros no Brasil. Ela tem 385 funcionários e dela saem os modelos Celer (hatch e sedã) e QQ. A produção está parada há 20 dias por conta de greve.
A construção da fábrica foi um investimento de U$ 400 milhões anunciado em 2011, quando as vendas de veículos estavam em alta e o governo passou a cobrar um imposto maior dos veículos trazidos de fora do México e do Mercosul, o chamado “Super IPI”.
Com a fábrica de Jacareí, com capacidade para produzir 150 mil carros por ano, a Chery esperava alavancar as vendas no país, alcançando 3% de participação no mercado brasileiro até 2018.
Em 2011, quando anunciou o plano, emplacou 21,6 mil carros, segundo dados da federação dos concessionários, a Fenabrave. Em 2017, porém, a Chery não chegou a 3 mil emplacamentos até setembro, tendo 0,17% de participação no mercado.
A venda de parte das operações no Brasil será feita por meio de uma oferta de ações. O prazo para manifestação de interesse se encerra no próximo dia 7, segundo o comunicado enviado pela Chery à bolsa de Changjiang.
A greve na fábrica de Jacareí começou no último dia 28. De acordo com o sindicato, os trabalhadores exigem reajuste salarial de 9,2%, e renovação do acordo coletivo. Os representantes da categoria informaram que a empresa ofereceu apenas a reposição da inflação de 1,73% – do período de setembro de 2016 a agosto de 2017.
A primeira audiência aconteceu na última terça (17), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e terminou sem acordo.