Marcelo, martelo, marmelo

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Em tempos de martelo os dois Marcelos que disputaram o 2º turno carioca apanharam com delicadas varas de marmelo.
As abstenções e votos nulos e brancos expuseram o desalento do eleitor.
Até que ponto os candidatos e partidos são os únicos responsáveis pela falta de credibilidade do processo eleitoral ?
Quando alguém não nos inspira confiança qual é a recomendação do Manual do Escoteiro Disney ? Aproximar-se, por certo !
Devemos manter sob nossa vigilância toda e qualquer atividade suspeita.
Se suspeitamos dos candidatos e partidos, por que nos afastamos? Não só das urnas mas também da filiação partidária ? Ainda mais quando os partidos são subsidiados com recursos públicos? Por quê ?
Por infantilidade apenas. Só por isso !
Antes que o leitor se irrite, é importante lembrarmos o que venha a ser infantil. A origem da palavra infantil nos remete à ideia de uma pessoa incapaz de falar. A criança em tenra idade não consegue falar e, seja da perspectiva do psicólogo Vigotsky ou do filósofo Wittgenstein, falar é uma ferramenta essencial ao desenvolvimento do pensamento e da percepção. Sem a moldura da linguagem fluente é impossível o salto cognitivo e o indivíduo se angustia em devaneios. Nestes casos, a palavra debate, jocosamente, torna-se a melhor ilustração do dramático episódio: ver a pessoa se debatendo como se fosse um peixe fora d’água e recusando-se a pular no aquário que não seja o seu preferido.
A mercadoria dos candidatos são promessas e discursos, que não passam de palavras ao vento, a que os eleitores rebatem com resmungos e vitupérios. Nesta Babel é flagrante a incapacidade de comunicação. Sendo assim, dada a ausência pragmática de contrato, o eleito por acaso trata a todos com descaso.
Nas urnas nada fica além das cinzas de uma precária participação política. Desta triste PPP é urgente nos mobilizarmos contra tamanha precarização. Por onde começar ?
Sugiro que comecemos pela leitura da Constituição Federal. Nela encontramos desde a afirmação de que o “poder emana do povo” (parágrafo único do Art 1º), a garantia de pluralismo político e a dignidade da pessoa humana até a exigência de filiação partidária como condição de elegibilidade (parágrafo 3º do Art 14).
Deseja candidatos dignos de seu voto ? É simples ! Ingresse no partido político de sua preferência e ajude a selecioná-los antes do registro das candidaturas.
Para consolo de todos, a mesma Constituição garante que o Poder Legislativo (com sua inerente diversidade) é mais importante que o Poder Executivo.
Antes de clamar por reformas, informe-se !
Jamais dependa de intérpretes da língua dos anjos em meio ao ruidoso culto à rejeição.

Obs:O texto é independente e não reflete, necessariamente, a opinião do NJ

 
Dario Bueno, 41 anos, ex-vereador em Jacareí.
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